20/10/2008

Zine Movimento Direto #1

Editorial

Olá pessoal, bem-vindos à zine Movimento Direto. Criada no dia 11 de fevereiro de 2008, esta é sua primeira edição, feita com muito carinho e orgulho, por apenas uma pessoa. Por ser sua primeira edição sei que mudanças serão feitas e pra melhor, não entendam isso como um pedido de desculpa, pelo contrário, entendam como um pedido de sugestões, tanto para o formato da zine, quanto para seu conteúdo. Espero abordar temas que os agradem e que também os desagradem, pois se não gostamos de uma coisa, temos que conhecê-la bem para poder argumentar e expor nosso ponto de vista! A zine tem no fundo uma ideologia punk, Do It Yourself, mas nada a impede de expor outros assuntos, outros temas... Espero que gostem...
Sugestões, dúvidas ou simplesmente contato:


zinemovimentodireto@hotmail.com
ou
movimentodireto.blogspot.com





Nesta edição:
-Black Panthers
-Pobrema di Nelvo
-Cultura popular
-Independente do independente

19/10/2008

Zine Movimento Direto #1

Black Panthers

Partido do pantera negra para autodefesa ou Black Panther Party, foi organizado em 1.966 na pequena cidade operária de Oakland na Baía de São Francisco (Califórnia), pelo poeta Bobby Seale e pelo mais tarde advogado Huey P. Newton junto com a comunidade local. Os Black Panther assumiram o orgulho de ser negros sem pedir desculpa pelo fato. Agressivos, radicais e ideologicamente preparados mostravam-se capazes de criar uma consciência política radical entre os negros americanos. Eles eram um grupo político social que visava proteger e ajudar a comunidade negra que na época era muito discriminada, tanto moralmente, quanto fisicamente, quando policiais batiam em negros pelo simples fato de desconfiarem deles ou pelo simples fato de não ter nenhum fato. Patrulhavam as ruas armados com Berettas, vestiam jaquetas de couro e boinas pretas, amparados por uma lei estadual que dizia que todo cidadão cuja integridade física fosse ameaçada poderia portar uma arma de fogo e empregar o uso da força. Essa lei se encaixava perfeitamente com a proposta dos Panteras de defender os negros do racismo e violência da polícia de Oakland, a qual o grupo confrontava-se de igual para igual sem serem detidos.
Acreditavam que o socialismo marxista era a solução a solução para os problema de sua gente e estavam dispostos a tudo para realizar, a qualquer custo, a grande revolução que iria transformar o racista Estados Unidos da América do Norte num país onde o povo negro seria reconhecido.
"Os Panteras Negras não são contra os brancos. Somos contra a opressão. Não se combate racismo com racismo" Bobby Seale.

18/10/2008

Zine Movimento Direto #1

Formação

Influenciados, à distância, pelas pregações de Malcom X, o líder muçulmano negro de New York, repudiaram a determinação evangélica de "dar a outra face" e resolveram partir para a ofensiva, com uma única palavra de ordem: "Defendam-se".
Foi assim que, juntamente com outros jovens idealistas como Little Bobby Hutton, na época apenas um menino, criaram o partido dos Panteras Negras em Legítima Defesa.
Os panteras negras, juntamente com outros grupos organizados da década, constituíram a principal base do movimento Black Power (Poder negro).
O livro vermelho, de Mao-Tsé-Tung, com a doutrina de revolução maoísta chinesa, não só serviu para lhes fazer a cabeça, como para garantir o dinheiro com o qual iriam armar-se: os exemplares eram vendidos, com boa margem de lucro, nas universidades e demais locais freqüentados pelos jovens americanos, na maioria descontentes com o sistema. Seale tornou-se o presidente do partido, e Huey seu ministro da defesa. Por vezes andando armados e fardados, mesmo sem disparar um só tiro, a simples presença desse grupo paramilitar intimidava os mal preparados policiais e outros racistas civis. Pouco a pouco, foram dividindo a opinião pública e cativando aqueles que já estavam cansados da balela dos discursos pacifistas.

Quando Malcom X foi assassinado e sua viúva, Shabbaz, esteve na Califórnia, foram os Panteras que cuidaram da sua segurança durante entrevista que ela concedeu à revista negra Ramparts Magazine. A determinação do grupo chamou a atenção e despertou interesse do repórter Eldrige Cliver, que meses mais tarde tornou-se ministro das informações dos Panteras Negras.
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17/10/2008

Zine Movimento Direto #1

Ideais

O partido tinha 10 ideais, sendo 8 pontos de atenção para seus membros,e 3 normas básicas de conduta:
Devolução de tudo o que foi roubado dos negros americanos em 400 anos de exploração;
Liberdade aos negros encarcerados injustamente;
Emprego;
Moradia;
Respeito;
Isenção do serviço militar;
Justiça;
Fim da violência contra a população afro-americana;
Fim do racismo;
Um governo de negros para os negros.
Com esse programa os Panteras conquistaram milhares de novos adeptos que antes olhavam o partido com desconfiança. E antes da oficialização do Partido dos Panteras Negras, o mundo todo já havia visto o símbolo dos Panteras em 1.968, nas Olimpíadas do México quando dois atletas negros – Tommie Smith (medalha de ouro nos 200 metros rasos) e John Carlos (bronze na mesma modalidade) – subiram no pódium e comemoraram sua vitória de punho cerrado e braço erguido.

16/10/2008

Zine Movimento Direto #1

Programas sociais

Os panteras também faziam trabalhos sociais voltados para a comunidade negra, organizavam programas de pequeno almoço grátis, ensinavam cuidados de saúde e criavam centros clínicos de atendimento gratuito. Eles não só queriam que a população soubesse o que estava acontecendo, como queriam também sua independência do estado paternalista.

15/10/2008

Zine Movimento Direto #1

Perigo para o sistema

No governo de Ronald Reagan foi revogada a lei do porte de arma jogando as atividades de auto-defesa das comunidade na ilegalidade. Um grupo de 29 panteras invadiu a assembléia para impedir a aprovação da lei. Bobby Seale argumentou que a lei Mulford era racista, pois visava deixar os negros discriminados e fracos, enquanto a polícia do país inteiro intensificava a violência contra os negros. A resposta à manifestação foi a prisão dos panteras protestantes e Seale ficou 6 meses fora de circulação

14/10/2008

Zine Movimento Direto #1

União

Em julho de 1.967, o estudante Strokely Carmichael, que havia lançado em New York o movimento Black Power, juntou-se aos Panteras Negras, unificando-se os dois movimentos. Ao lado do romantismo revolucionário, marcado por slogans como "Black is beautiful" para a elevação da auto-estima da população negra, havia o treinamento de guerrilha urbana que resultou em violentos confrontos com inúmeras baixas em ambos os lados, milhares de feridos e presos por todos os E.U.A..

13/10/2008

Zine Movimento Direto #1

Mais participantes

Os simpatizantes do movimento não se restringiam a artistas intelectuais e atletas negros, muitas personalidades, ou não, faziam parte do movimento não importando se eram negras ou não, afinal o movimento não era uma seletiva, aliás, havia uma seletiva sim, mas estritamente ética e psicológica. Alguns simpatizantes: John Lennon, Fidel Castro, Jean Genet e até o maestro Leonard Bernstein, que chegou a fazer uma audição para arrecadar fundos para os Panteras Negras. Mesmo sem filiar-se ao movimento, a professora de filosofia Ângela Davis, que era líder feminista acabou se envolvendo ao movimento. Em 1.970 ela se apaixonou pelo pantera George Jackson que estava preso havia 12 anos, acusado de roubo. Em agosto daquele ano o irmão de George, Jonathan Jackson, mais três panteras invadiram com armas em punho o tribunal de Marin County para libertar outros três negros que estavam sendo julgados, houve tiroteio e alguns mortos; Ângela foi acusada de ter comprado as armas para a invasão, entrou para clandestinidade, foi pega pelo FBI, ficou presa por 17 meses até ser julgada e considerada inocente.

12/10/2008

Zine Movimento Direto #1

Populismo incomoda sistema

A expressividade mundial do movimento incomodou demais o governo americano, que não poupou esforços para dizimar o movimento, mobilizando do F.B.I. até a máfia para acabar com o mesmo. Os panteras tinham presença indispensável na maioria das manifestações contra o racismo, a guerra do Vietnã, a opressão e o capitalismo selvagem.
Quando Bobby Seale estava pra ser solto, dois policiais tentaram deter Huey Newton, que reagiu, ele não estava armado, mas houve disparos e um policial, John Frey, morreu. Tudo indica que foi atingido por um colega, que também acertou Huey. Gravemente ferido, o
pantera foi levado a um hospital, onde um grupo de policiais o algemou à maca e o espancou, mas graças à chegada da imprensa, foi poupado e sobreviveu. Mas foi acusado pelo assassinato do policial. Mesmo com essas prisões, a situação estava incontrolável e se agravou em 1.968, com o assassinato do reverendo Martin Luther King Jr.. Conflitos raciais surgiram por todos os E.U.A..
Nem o F.B.I., nem a C.I.A., nem mesmo o governo americano podiam envolver-se num confronto direto com os Black Power para não provocar um levante.

11/10/2008

Zine Movimento Direto #1

Pouco a pouco se desfazendo

Pouco a pouco, em dez anos, seus líderes foram sendo executados – como Fred Hampton, líder do movimento em Chicago, foi morto com 97 tiros, dos quais apenas um não saiu de uma arma policial -, encarcerados sobre falsas acusações ou sendo desacreditados pelos demais, sob suspeita de serem espiões do F.B.I.. Paralelamente, a máfia fortaleceu a distribuição de drogas nos redutos habitados por negros, minando as forças e ânimo do povo para a luta. Huey foi assassinado em 1.989. Bobby ainda vive, dando aulas e palestras em universidades da Pensilvânia. Ângela Davis, que em 1.972 candidatou-se à vice-presidência dos E.U.A. pelo partido comunista, vive em Oakland e continua militando, mas condena a violência. A extinção completa do partido ocorreu em 1.982.
O partido terminou, mas as idéias continuam vivas, e quando menos se espera há o surgimento de novos Panteras Negras.

"Você pode encarcerar um revolucionário, mas não pode encarcerar a Revolução".Huey Newton

10/10/2008

Zine Movimento Direto #1

Pobrema di Nelvo

Surgida em 2004, no bairro Jardim Santo André (SP), com o nome insônia, teve em sua formação original: Marcelo [vc], Jean [gt], Taffarel [bx] e Bruno [bt]. No mesmo ano de 2004 o nome foi mudado, pois outra banda já tinha esse nome. A banda surgiu com o intuito de fazer Hardcore, após alguns meses e aprimoramento das habilidades dos integrantes, a banda inseriu o grindcore no repertório. Em 2007 Taffarel deixou a banda, alegando insatisfação com o som, deixando assim o lugar para Diego, que também toca na banda Atos de Vingança, no mesmo ano o guitarrista Jean mudou de cidade deixando o lugar para o vocalista, a atual formação: Marcelo [vc e gt], Diego [bx] e Bruno [bt].
Abaixo uma pequena entrevista com a banda:
M.D. - Por que esse nome?
P.D.N. - Bom, esse nome surgiu de uma brincadeira com palavras erradas, tipo chicrete, preda entre outras. Achamos que esse nome além de engraçado chamaria bastante atenção das pessoas.
M.D. - O som de vocês tem influência de quais bandas?
P.D.N. - Bom, o P.D.N. tem fortes influências de bandas como Mukeka di Rato, Sick Terror, Ratos de Porão e P.R.E.S.T.O., e outras bandas barulhentas.
M.D. -Atualmente o como pode ser definido o estilo do som?
P.D.N. - Nós nos consideramos grindcore, mas nem todas as pessoas concordam com que eu disse...mas foda-se, nós tocamos o que achamos que somos.
M.D. -No bairro de vocês tem muita gente que curte o som?
P.D.N. - Tem poucas pessoas que curtem. Porque a maioria é emo, mas eles admiram.
M.D. -Qual foi o pior lugar que vocês já tocaram?
P.D.N. - Não tivemos um pior lugar, tivemos lugares que as pessoas agitavam mais e tivemos lugares que agitavam menos...mas não teve um pior lugar.
M.D. -Obrigada pela entrevista, querem deixar um recado pro pessoal?
P.D.N. - Bom, em 1º lugar agradeço a você por ter feito entrevista conosco e o recado que queria deixar pro pessoal é que para chegar em qualquer lugar temos que ter muita força de vontade, união e principalmente persistência, porque muita gente tenta te derrubar, e nunca desista dos seus objetivos, lute sempre por sua ideologia seja ela qual for, seja ela punk, hardcore, metaleiro, grindcore, crustcore enfim e não se deixar levar pelo que os outros falam de você ou do seu visual, essa é a cena!

09/10/2008

Zine Movimento Direto #1

Cultura popular

Ei pessoal, vocês não acham que a cultura brasileira, especialmente o folclore anda deixado de lado? O folclore, que é o conjunto das tradições de um povo expressas em suas lendas, canções e costumes; só é lembrado no seu dia, em agosto e apenas nas escolas, não vamos deixar parte de nossa cultura entrar em esquecimento! Vamos lembrar (ou conhecer...) algumas quadras populares:


Você ontem me falou
Que não anda nem passeia
Como é que hoje cedinho
Eu vi seu rastro na areia?
Uma velha muito velha
Mais velha que meu chapéu
Foi pedida em casamento
Levantou as mãos aos céus.
Não dês a ponta do dedo
Que logo te levam a mão
Depois da mão, vai o braço,
Vai o peito e o coração.

Eu amo a quem não me quer
E desprezo a quem me ama
Fujo de quem me procura
Quero bem a quem me engana
O fiado já morreu
Foi com o dono enterrado
Quem quiser beber cachaça
Só pagando adiantado

Eu sou maior do que Deus
Maior que Deus eu sou
Eu sou maior no pecado
Porque Deus nunca pecou


Eu queria, ela queria
Eu pedia, ela negava
Eu chegava, ela fugia
Eu fugia, ela chorava

Coitadinho de quem canta
Na porta do seu amor
Do sereno faz a cama
Das estrelas o cobertor
Eu vou dar a despedida
Como deu o quero-quero
Depois da festa acabada
Pernas pra que te quero
E tenho certeza que alguns de vocês conhecem a até mesmo já falaram algum desses ditados populares:
-Nada duvida quem nada sabe.
-Para baixo todo santo ajuda.
-Preguiça morre de sede dentro d’água.
-Cuidado com o andor, que o santo é de barro.
-Roupa suja se lava em casa.
-Quem se despede muito, morre cedo.

08/10/2008

Zine Movimento Direto #1

Independente do independente

Hey, esse espaço é pra "divulgar" alguma arte sua, pode ser poema, crônica, protesto...


Herói perdido

Personagens da história,
Nós iremos nos tornar,
Entranhados na memória,
De alguém que se lembrar,
Na cultura ou na música,
Irão resgatar,
As memórias de um herói
Na tentativa de salvar,
A multidão de indigentes,
Vestindo o melhor terno,
Usando todo luxo,
Que o ouro maldito,
Lhes proporcionou,
Viva o capitalismo!
Que nos trás felicidade,
Proporciona liberdade,
Passaporte carimbado,
Para a morte mais cruel,
Para o inferno mais real,
Que se possa imaginar,
Felizes burros alegres,
Nós iremos nos tornar,
A batalha pela vida,
Nós iremos travar,
E um dia no futuro,
Alguém vai se lembrar,
Heróis pedidos na guerra,
Como vão nos chamar,
Meros fantoches humanos,
Para bombardear
Camila, Z/L


Santa igreja

Ela ainda teima em mandar...
Mas só consegue influenciar
Sim, a igreja católica,
Com suas campanhas de fraternidade
Influencia o povo sem instrução e temente a Deus
Não transe com camisinha
-pode morrer de AIDS
Não seja pró a pesquisas científicas
-vamos viver na eterna ignorância
Não tome pílula do dia seguinte
-tenha o filho do teu estrupador
A igreja...
-Santa ignorância
É isso que querem...
Fique esperto..
Tenha sua opinião...
-Diferente de sua religião
Nayara, Z/L