20/02/2010

Medicina da UFrgs ensina sem usar animais‏

Passados dois anos desde que o sacrifício de animais foi abolido no curso, professores e alunos estão muito satisfeitos. Conflito ético foi o principal motivo para a troca por modelos artificiais nas aulas práticas.
Por Ulisses A. Nenê
O caozinho é trazido do canil e chega faceiro; caminha até o grupo de alunos de medicina e lambe as pernas de um deles. O clima na sala fica pesado e ninguém quer anestesiar e cortar o bichinho. Alguns estudantes, constrangidos, ameaçam ir embora. Cenas como esta ou parecidas aconteceram por diversas vezes, nos muitos anos em que animais foram usados nas aulas práticas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Famed/Ufrgs).
Era assim, anestesiando, cortando e costurando animais vivos (vivissecação), depois sacrificados, que os futuros médicos aprendiam as técnicas operatórias e outros conteúdos. Mas isto mudou em abril de 2007, quando a Famed tornou-se a primeira faculdade de medicina do Brasil a abolir totalmente o uso de animais no ensino de graduação, no que foi seguida logo depois pela Faculdade de Medicina do ABC (SP).
Não estamos falando de uma instituição qualquer: fundada há 111 anos, a Famed é considerada a melhor faculdade de medicina do país, tendo conquistado o primeiro lugar no Exame Nacional de Desempenho Estudantil de 2008 (Enade). O conflito ético foi o principal motivo para que o curso abandonasse a vivissecação, adotando o emprego de modelos anatômicos artificiais que imitam órgãos e tecidos humanos.
Aprovação dos alunos
Passados dois anos, a medida tem a total aprovação de alunos e professores, que garantem não haver nenhum prejuízo para o aprendizado médico. Aluna do quarto semestre, Sabrina de Noronha, 22 anos, diz que sequer pensava que pudesse haver a utilização de animais quando ingressou na medicina. Ela já cursou disciplinas importantes, como fisiologia, anatomia, bioquímica, histologia, onde aconteciam aulas práticas com vivissecação, e não precisou passar por esta experiência.
As aulas de anatomia, por exemplo, só utilizam cadáveres humanos. “Não tivemos contato com animais em nenhum momento. Fiquei sabendo há pouco tempo que outras faculdades usam animais e achei isso horrível; a faculdade existe para formar profissionais que vão ajudar pessoas e para isso não precisamos maltratar outros seres, não seria ético; a gente tem tanto direito à vida quanto eles (animais), não vejo diferença”, diz a aluna.
Sua colega Bárbara Kipp, 22 anos, coordenadora-geral do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Ufrgs concorda. Segundo ela, há outros métodos já bem desenvolvidos para se aprender as técnicas médicas sem precisar recorrer à vivissecação dos cães, coelhos e outros bichos. “Nunca usei animais no curso e estou aprendendo muito bem; não me sentiria à vontade se isso acontecesse e também não vejo ninguém, nenhum colega, sentindo falta”, afirma Bárbara.
“Abolimos o uso de animais porque hoje não se precisa mais disso”, destaca o diretor da Famed, o médico endocrinologista Mauro Antônio Czepielewski. Não faltaram razões, pois havia alunos que não concordavam com o sacrifício dos cães e outros bichos nas aulas. Além da questão ética, a pressão das entidades protetoras dos animais era cada vez maior, conta o diretor.
Também estava cada vez mais difícil conseguir os animais para servirem de cobaias, havendo ainda o problema de alojá-los e depois descartá-los, após serem sacrificados. Por isso, este procedimento vinha diminuindo ano á ano e quando foi abolido, em 2007, cerca de cinco ou seis animais ainda eram retalhados por semana nas mesas de cirurgia do curso.

Modelos artificiais
A mudança foi bastante discutida, e resultou na implantação de um Laboratório de Técnica Operatória, que funciona apenas com réplicas artificiais das partes do corpo humano, explica o diretor. O projeto todo, com reforma de instalações e aquisição dos modelos, importados, custou cerca de R$ 300 mil, com recursos da própria Ufrgs, Famed, Hospital de Clínicas (o hospital universitário) e Promed, um programa do Ministério da Saúde que incentiva mudanças nos currículos dos cursos de medicina. [
olha]

O médico Geraldo Sidiomar Duarte, que deixou o cargo de diretor do Departamento de Cirurgia no início do mês, foi o responsável pela implantação do moderno laboratório. “Era uma deficiência grave do curso (a técnica operatória), tínhamos problemas para obter o animal, onde deixá-los, os cuidados pós-operatórios e o Ministério Público e as entidades protetoras vinham se manifestando, havia muitas objeções que criaram um conjunto de dificuldades”, relata.
O trabalho era considerado insalubre e aconteciam muitos acidentes biológicos (quando alunos se cortam acidentalmente), com risco de infecção pelo sangue dos animais. Agora, o local é totalmente asséptico, não se vê uma gota de sangue no espaço de 120 metros quadrados. Duarte mostra uma peça sintética que imita perfeitamente a pele humana, inclusive na textura, onde os alunos podem fazer e refazer várias vezes cortes superficiais ou profundos, costuras e pontos. E os acidentes não acontecem mais, o risco é zero, acrescenta.
Outra peça imita um intestino, a ser costurado. Numa mesa ao lado, um tórax artificial permite o treino de punções em vasos profundos, como uma imitação da veia jugular cuja pulsação é possível sentir ao toque. Membros sintéticos apresentam ferimentos diversos a serem tratados cirurgicamente. O que parece ser apenas uma pequena caixa, com uma cobertura da cor da pele, representa a cavidade abdominal para a prática de cirurgia.
O médico e professor mostra catálogos com uma infinidade de órgãos artificiais que podem ser adquiridos: “Há modelos artificiais para todos os tipos de treinamento, pode-se montar um laboratório gigantesco com eles”, diz Duarte. “Estamos muito satisfeitos, e os alunos muito mais”, completa.
“Isso qualificou enormemente os alunos”, reforça Mauro Czepielewski, o diretor do curso. Ele acredita que esta é uma tendência irreversível e que o emprego de modelos artificiais acabará chegando a todas as faculdades de medicina, em substituição aos animais. Diversos cursos, do Rio Grande do Sul e de outros estados, já pediram informações sobre o laboratório da Famed. “A consciência do não-uso de animais é importante para fortalecer uma visão de valorização da vida”, afirma.
O diretor apenas considera muito difícil substituir animais na área de pesquisa, na pós-graduação. Mas garante que os procedimentos, neste caso, seguem rigorosos requisitos do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa, com uso controlado e número limitado dos animais que servem de cobaias.
Objeção de consciência
O debate ético sobre vivissecação ganhou impulso no Estado a partir da atitude de um aluno do curso de Biologia, Róber Bachinski, que ingressou na justiça, em 2007, para ser dispensado das aulas que sacrificam animais, alegando objeção de consciência. Chegou a ganhar uma liminar, mas ela foi cassada, mediante recurso da Ufrgs, e o caso segue tramitando no Judiciário.
Segundo ele, a abolição do uso de animais na Famed reflete uma tendência mundial: “Ao abolir o uso de animais a Famed mais uma vez demonstra a sua qualidade no ensino e o seu avanço ético e metodológico. Espero que outras universidades e cursos também sigam esse modelo e que esses métodos de ensino sejam divulgados”.
Bachinski diz ainda que a abolição do uso de animais em disciplinas da medicina comprova que é possível a sua abolição em outros cursos com disciplinas equivalentes, como na farmácia, educação física, psicologia, enfermagem, biologia, veterinária. Na opinião do estudante, um novo paradigma educacional precisa ser criado, levando em conta não apenas o bem estar da sociedade e do aluno, mas também o respeito aos direitos básicos dos outros animais.
Passados dois anos desde que o sacrifício de animais foi abolido no curso, professores e alunos estão muito satisfeitos. Conflito ético foi o principal motivo para a troca por modelos artificiais nas aulas práticas.
Fonte: e-mail do Daniel

13/02/2010

CAVADORES DE TÚNEIS EM GAZA SÃO A RESISTÊNCIA‏

"Ali está a verdadeira resistência. São os pulmões com os quais Gaza respira. Sim, pelos túneis também passam rojões Qassam, munição e fuzis Kalashnikov, explosivos. Mas a principal carga que os cavadores e mercadores de túneis de Gaza transportam é o próprio sangue que mantém vivo esse pequeno e sitiado pseudo Estado islâmico". Por Robert Fisk, no jornal britânico The Independent.

Ali está a verdadeira resistência. São os pulmões com os quais Gaza respira. Sim, pelos túneis também passam rojões Qassam, munição e fuzis Kalashnikov, explosivos. Mas a principal carga que os cavadores e mercadores de túneis de Gaza transportam é o próprio sangue que mantém vivo esse pequeno e sitiado pseudo Estado islâmico: laranjas, carne fresca, chocolate, camisas, calças, brinquedos, cigarros, vestidos de noivas, cadernos, papel, motocicletas, inteiras e em partes, motores para automóveis e peças e partes, baterias para carros, até tampas plásticas para garrafas.

Os cavadores de túneis de Gaza são bombardeados pelos aviões israelenses e morrem dentro dos próprios túneis – e, agora, estão tendo de enfrentar uma nova muralha, dessa vez egípcia, e o risco de morrerem afogados se os túneis forem inundados. Talvez sejam vistos como terroristas por muitos israelenses – o uso promíscuo dessa palavra já a tornou absolutamente vazia, sem significado algum –, mas são os heróis do povo palestino de Gaza. Alguns, sim, talvez estejam enriquecendo.

Mas hoje, o que mais preocupa Abdul-Halim al-Mohsen são os egípcios. Senta-se junto ao fogo perto da entrada de seu túnel e estica as mãos para as chamas, respirando a fumaça grossa e azulada, com uma enorme tenda sobre a cabeça, ele e seus companheiros escavadores de túneis convertidos em imagens de Rembrandt, meio rosto amarelado, meio rosto que não se vê, pulôveres grossos, chamas altas, o gerador roncando ao lado.

“Claro que tenho medo da muralha egípcia. Vão jogar água nos túneis. Como conseguiremos derrotar isso? Podemos morrer afogados a qualquer momento”. E estica as palmas das mãos abertas na minha direção, no gesto já familiar de “e o que poderemos fazer?” de tantos palestinos –, mas a voz não parece assustada.

Parece pensar em voz alta, à procura de alguma nova ideia. Os túneis que cruzam a fronteira Gaza-Egito são negócio, jogo para profissionais. As bombas israelenses são tratadas como desafio, não como problema. Numa das prateleiras há uma estrada-de-ferro e quatro vagões em miniatura. O dinheiro faz rolar todas as engrenagens.

Fieis ao que se comprometeram a fazer nos tratados com Israel e o ‘Quarteto” (de onde advém a fama imorredoura de Lord Blair de Kut al-Amara), os egípcios anunciaram mês passado que construirão uma muralha – muros e muralhas e cercas são moeda corrente na Oriente Médio nos últimos tempos, de Cabul e Bagdá à Cisjordânia – entre o sul mais pobre da Faixa de Gaza palestina e o Egito, para quebrar e fechar de vez os túneis “terroristas”.

ONGs estrangeiras em Gaza desmentem a notícia; para muitos seria mais uma cortina de fumaça mediante a qual os egípcios tentam agradar os israelenses – que é o mesmo que dizer “agradar os EUA”. Outros dizem que a muralha egípcia chegará a apenas 5m de profundidade, próxima, mas ainda distante da profundidade em que correm os túneis. Talvez seja do interesse de alguns divulgar a perspectiva mais pessimista. Mas Al-Mohsen pareceu-me sinceramente preocupado com a iniciativa dos egípcios.

“Se inundarem nosso túnel, o perigo aumenta”, diz ele. “Demoramos uma hora para sair do túnel, andando com mãos e joelhos. Quanto os israelenses bombardeiam, saímos para o lado egípcio – porque os israelenses não bombardeiam a saída em território egípcio. – Mas se o Egito realmente construir o muro, e houver bombardeio, ficaremos presos no túnel. Se o túnel desmoronar, estamos mortos.”

Não sei se é bem assim, sobretudo porque Abu Wadieh convida-nos a olhar a entrada cavernosa que se abre no chão, num canto distante sob a tenda onde estamos. Não é um buraco comum, mas um túnel vertical de sólidas paredes de tijolos e cimento, uma abertura de meio metro de largura e 2m de profundidade – que mergulha para uma plataforma mais funda, onde mal consigo ver os braços que penduram sacos de frutas num grande gancho de aço – dali em diante, o túnel avança cerca de 1 km.

Um homem que opera uma roldana movida por um gerador, que puxa para a superfície as mercadorias ensacadas. E outro homem, na borda do túnel espera que cada saco balance em sua direção e o recebe literalmente, nos braços. Todos esses homens conhecem precisamente o seu trabalho e entendem o que fazem. Todos, é claro, declaram-se desinteressados em questões políticas. Por aquele túnel não passa, nunca passou, jamais passará qualquer tipo de arma. Ah, sei, sei.

Um caminhão estacionou na entrada da tenda e há um esquadrão de homens para empilhar e embarcar sacos e caixas de frutas, legumes e móveis e garrafas de Coca-Cola egípcia. Pergunto a al-Mohsen – ele jura que ganhará a vida como engenheiro quando a paz chegar (e engasga) – de onde lhe veio a ideia de construir túneis. Disse que viu fotos e túneis, que há muitos anos assistiu a um filme no qual prisioneiros – britânicos – escaparam por um túnel, de um campo alemão.

Também assisti, The Great Escape! [port. “Fugindo do Inferno”, 1963], Richard Attenborough e James Garner e Steve McQueen e o vagão pelos trilhos que os leva para fora da sua Stalag. Assim se explica a qualidade profissional do túnel e os trilhos subterrâneos. E tomo o cuidado de não lembrar a al-Mohsen o que aconteceu a Attenborough.

Mas aqui o negócio é sério. As ONGs estimam que o Hamás reserva para si 15% dos lucros do comércio dos túneis, o que garante a essa augusta instituição – desprezada por Israel, EUA e Europa porque cometeu a afronta de vencer eleições limpas na Palestina em 2006 – uma renda tranquila de 350 milhões de dólares por ano.

E assim acontece que, enquanto o mundo condena Gana e seus 1,5 milhão de almas a padecer a mais horrenda miséria e – em alguns casos – a fome, o Hamás encontrou meios para obter cimento, materiais de construção, aço e armas que seu suficiente sistema de obter dinheiro possa comprar.

Enquanto os EUA desavergonhadamente e impiedosamente admitem que Israel prive os civis palestinos do cimento indispensável para reconstruir as casas que foram destruídas no massacre de Gaza chamado “Operação Cast Lead”, do ano passado – porque o Hamás poderia usar o cimento para construir bunkers –, o próprio Hamás já encontrou meios para obter cimento suficiente para construir uma cidade inteira de bunkers ou várias esquadrões de mesquitas, e, isso, para não falar dos prédios que já construiu diante dos soldados israelenses, em Erez.


Em outras palavras, os túneis mantém ativo o Hamás e mantêm viva a população de Gaza. Os palestinos mais pobres, é claro, dependem da ONU para comer. Os túneis são não apenas as veias abertas que correm entre Gaza e o Egito, mas um monumento à hipocrisia internacional.

Abu Wadieh, que contrata os 35 homens que trabalham dentro e fora do túnel de al-Mohsen, permanece ao lado do fogo, o kuffiah enrolado no rosto, cabeça e pescoço, como um helmo, esfregando as mãos para aquecê-las, contra o vento frio que entra na barraca, depois que parte o caminhão já carregado, rumo à cidade de Gaza.

“Receio que os homens partam, caso haja outra guerra”, diz ele. “E são importantes. São especialistas. Conhecem muito bem o trabalho.”

Apenas 100 metros adiante, o perfil de uma máquina perfuratriz egípcia ergue-se contra o horizonte, junto a um primeiro trecho de uma muralha cinzenta. Por trás dela, tremula o amarelo de uma bandeira egípcia, no topo de uma torre de vigia onde soldados árabes observam. Estão ali para impedir que nenhum de seus irmãos árabes palestinos escape ao sítio e bloqueio que fazem de Gaza um poço de miséria.

Fonte: Vi o Mundo

09/02/2010

GLOBALIZEMOS NOSSAS LUTAS!

"Pois outro mundo é possível"

A globalização é o atual processo em que o capitalismo se encontra, é uma pseudo evolução do Neoliberalismo, conseqüente do final da guerra fria e hegemonia dos EUA. É por meio deste processo que a cultura regional é substituída por uma cultura artificial, que existe em todos os países, mas não representa ninguém.
O único que prega é o consumo e a conseqüente alienação.
Nesse contexto, America latina é o “laboratório” de muitas teses políticas e econômicas impostas pelos EUA: o plano Colômbia e a “segurança democrática” do presidente Colombiano Uribe é a maior expressão da política bélica e "anti-terrorista". A ALCA ou TLC é a implantação econômica dessa globalização, onde a America latina volta a ser colônia, mas a metrópole desta vez serão as multinacionais (outro exemplo da globalização), regulada pela “Mão Invisível” do mercado.
Para fazer resistência e o mais importante, construir uma alternativa é necessário a união de todos os que fazem parte da luta pela justiça. Pratiquemos o Internacionalismo, mas não por meio dos estados e governos, mas pelos movimentos e assembléias sociais, de base e democráticos.



Reconheçamos nossas diferentes culturas, aprendamos nossos idiomas e identifiquemos nossos pontos em comum, aprendamos com os erros e acertos dos demais movimentos e agrupamentos. Desconheçamos essas linhas imaginarias que chamamos fronteiras e globalizemos nossas lutas.
Aceitemos que a globalização é o atual processo histórico, mas o usemo-lo a nosso favor. A internet tem um grande valor, graças a ela você lê o que escrevo, graças a ele eu sei o que acontece na Colômbia, no Brasil, na África, Ásia, Europa e até mesmo na cidade onde moro. Mídia independente (rádios, revistas, panfletos e sites), blogs, o Orkut, todos os recursos que temos podemos usá-los a nosso favor. A facilidade de locomoção foi essencial para momentos como as mobilizações dos dias de Ação Global dos Povos (AGP).
A AGP é um exemplo dessa globalização da luta, que por meio da mídia independente tem organizado mobilizações em todo o mundo contra instituições como o Banco Mundial, FMI, OMC, e G8. Em 1999, 100 mil pessoas vindas de todos os cantos do mundo: Índios do amazonas, operários japoneses, sindicatos espanhóis, camponeses franceses, médicos sem fronteiras, anarquistas, ecologistas, hackers entre outros muitos foram capazes de boicotar a reunião da Organização Mundial de Comercio (OMC) e após isso varias reuniões massivas tem acontecido onde essas entidades se reúnem.
(Boicot em Seattle)

Os levantes populares em Chiapas (FZLN) e Oxaca (Assembléia popular dos povos) no México, os Mapuches, estudantes e mineradores no Chile, Piqueteros na argentina, movimentos indígenas equatorianos, os sem terra brasileiros, os camponeses colombianos, o movimento cocalero na Bolívia, a Ação Global dos Povos (AGP), entre outros muitos movimentos que estão mudando a sua realidade local, desafiando a marginalização do estado globalizado e as injustiças promovidas por ele.
Preocupemo-nos com as guerras civis africanas, a escravidão na Ásia, os milhares de imigrantes que são forçados a entrar na ilegalidade ou são expulsos, à caça as baleias no mar do japão, o efeito estufa no mundo todo, a violenta repressão no recente protesto na Itália contra o G8, a censura que os jornalistas estão sofrendo na China a poucos dias de começar as olimpíadas. Em resumo: preocupemo-nos com cada uma das injustiças deste mundo.

Assumamos que cada violação dos direitos humanos é uma violação contra cada um de nós, cada cidadão condenado a morte é cada um de nos condenado à morte. O outro sou eu e eu sou o outro, por isso apoiemo-nos e lutemos pelo outro. Pois a minha liberdade se potencializa com a liberdade do outro.

“Temos a tarefa de construir um movimento global que substitua o controle financeiro e industrial, criando uma nova economia com base na justiça, um meio ambiente saudável, um respeito aos direitos humanos e antes de tudo a Liberdade” –ativista em Seattle ’99, no Dia de Ação Global dos Povos
Fonte: e-mail do Daniel

CASA DE CULTURA PROJETO GENTE (IPECIC)


Fonte: e-mail de casadeculturaprojetogente@yahoo.com.br

Presidente da Câmara propõe redução da jornada para 42 horas

O presidente da Câmara, Michel Temer, propôs nesta terça-feira a líderes de sindicatos de trabalhadores a redução da carga horária de 44 para 42 horas semanais. A proposta a ser levada ao Plenário prevê uma redução gradativa de uma hora em 2011 e outra em 2012. Se aceita, será incluída na PEC 231/95, que define uma carga de 40 horas. Depois, o tema voltará a ser debatido no Congresso Nacional.

Segundo o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), as centrais sindicais vão levar a proposta às bases para obter a opinião da maioria. Ele ainda informou que a proposta de Temer não trata do aumento das horas extras, mas prevê uma negociação com o governo para haver compensação fiscal ao empresariado.

O deputado acrescentou que Temer espera voltar a conversar com os sindicatos dos trabalhadores logo após o Carnaval e, caso concordem com sua proposta, vai procurar os líderes partidários para, em seguida, colocar o projeto em votação no Plenário.

As centrais sindicais fizeram hoje mais uma manifestação na Câmara para pressionar os parlamentares a votar a PEC 231/95. Os trabalhadores pressionam os deputados para que a matéria seja votada ainda no primeiro semestre.

O presidente da CUT, Artur Henrique, enfatizou que essa compensação fiscal não está em pauta porque desde 1988 não há redução da jornada de trabalho. “Desde então, o empresariado vem auferindo produtividade, mas não repartiu com os trabalhadores. Não é hora de falar em compensação fiscal”, completou.

O deputado Paulo Pereira da Silva disse ainda que após o Carnaval haverá “um festival de greves em todo país” para reivindicar a redução da jornada.

Fonte: http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2010/02/09/presidente-da-camara-propoe-reducao-da-jornada-para-42-horas.jhtm


07/02/2010

Grecia: Manifestação fascista foi um fracasso! ebaaaaaa‏

À hora que era suposto começar a manifestação fascista já haviam mais de 1000 pessoas em Prolyea para se oporem.

Os fascistas concentraram-se noutra praça e eram cerca de 50 pessoas... Havia la bastante polícia que os escoltou durante os poucos metros que durou a marcha.

Entretanto alguns fascistas passaram de carro e mota perto de Prolyea, onde eram parados e atacados pelos inúmeros antifascistas ali concentrados. Facto que levou a polícia a atacar a zona.

Ficam algumas fotos:

















Fonte: http://www.occupiedlondon.org/

06/02/2010

Grecia: Preparativos para a manifestação Antifascista‏

Fascistas, neo-nazis e cristãos conservadores foram longe demais ao convocar uma manifestação para este Sábado (dia 6) no edifício Propylea da Universidade de Atenas. As universidades sempre foram zonas interditas a nazis devido à falta de protecção usual por parte da polícia (que está proibida de entrar nos campus). De qualquer das maneiras, em resposta à nova lei da imigração do governo (que em teoria permite pela primeira vez que milhares de imigrantes peçam nacionalidade grega) os nazis tem feito uma mobilização de rara intensidade. No passado dia 30 mais de 1000 pessoas participaram numa manifestação do grupo neo-nazi Amanhecer Dourado. Motivados com estes números eles querem fazer uma manifestação no sítio onde tradicionalmente começam as manifestações anarquistas e de outros grupos de esquerda. Obviamente que os antifascistas gregos não ficaram de braços cruzados e uma manifestação foi já convocada para o mesmo local 4 horas antes da hora prevista da manifestação racista.

No cartaz (em cima) pode ler-se o seguinte:

"Nenhuma autoridade é nossa amiga, nenhum reprimido é nosso inimigo. No sábado, 6 de Fevereiro, os fascistas estão a convocar uma manifestação em Propylea para cuspir o seu veneno racista e nacionalista. Não só se opõem a uma lei por si só racista (que diz respeito à cidadania), mas pedem também o extermínio físico dos imigrantes. O Asilo Académico não pertence aos fascistas nem à polícia. O asilo pertence às pessoas que lutam por um mundo de liberdade. Guerra ao estado e aos patrões. Solidariedade com todos os imigrantes. Sábado, 6 de Fevereiro: Manifestação Antifascista junto ao Propylea às 11 da manhã.

Anarquistas, Anti-Autoritários, Antifascistas"


Fonte: e-mail do Daniel

05/02/2010

Grecia: Aumenta a tensão em Atenas‏

Alguns imigrantes que estão presos no centro de detenção Venna revoltaram-se dia 2 contra as horríveis condições a que estão sujeitos!

Entretanto, por volta da hora de almoço de hoje (dia 5) anarquistas juntaram-se no edíficio Propylea para onde tinha sido convocada a manifestação de extrema direita. Por esta hora já há lá centenas de pessoas que preparam as manifestações de amanhã.

Claramente intimidados, os nazis mudaram o local da sua manifestação. Primeiramente para a praça Kolokotroni mas segundo as últimas informações mudaram outra vez de local.

Segue o primeiro comunicado da Assembleia que se formou no edifício Propylea:

"Hoje, 5 de Fevereiro, anarquitas, anti-autoritários e antifascistas decidiram manter aberto o edifício administrativo de Propylea como um espaço de mútua coordenação e luta. O nosso objectivo é trabalhar ideias e contra-informação para a concentração antifascista convocada para as 11 da manhã de amanhã. Uma concentração contra a que foi convocada pela escumalha racista e fascista para as 15 horas em Propylea. Uma concentração para evidenciar a solidariedade entre oprimidos em relação aos programas anti-imigrantes do estado. Nós mantemo-nos hostis contra o racismo institucional, como vemos no projecto de lei de cidadania. bem como contra aqueles que através das suas convocatórias visam o extermínio dos imigrantes.

Enquanto o estado visa espaços de resistência, os fascistas tentam invadir um espaço que se tornou ao longo de duras lutas parte do mundo de liberdade e resistência. Nós não pretendemos ceder nem um único metro quadrado ao estado e aos fascistas.

Chamamos todas as pessoas em luta para uma Assembleia aberta no edifício de administração hoje às 20 horas para preparar a concentração antifascista de amanhã em Propylea.

NENHUMA AUTORIDADE É NOSSA AMIGA. NENHUM OPRIMIDO É NOSSO INIMIGO.

O ASILO NÃO PERTENCE NEM AOS FASCISTAS NEM À POLÍCIA - PERTENCE ÀS PESSOAS EM LUTA E AO MUNDO DE LIBERDADE.

GUERRA CONTRA O ESTADO E OS PATRÕES.

SOLIDARIEDADE COM OS IMIGRANTES.

Assembleia Aberta do Edifício de Administração da Universidade"

Fonte: Occupied London